Para começar a entender o que é startup, é preciso desfazer uma confusão recorrente: essas empresas não são, necessariamente, produtoras de soluções digitais. No entanto, a imensa maioria baseia seus processos em tecnologia — oferecendo seus serviços por meio de aplicativos, por exemplo.
Esse modelo de negócio se desenvolveu nas últimas décadas, inclusive no Brasil. Hoje, temos ao menos 24 empresas que evoluíram ao ponto de serem consideradas unicórnios, isso é, negócios avaliados em mais de 1 bilhão de dólares.
Para você entender, de uma vez por todas, o que é startup e começar a montar a sua, preparamos este artigo. Boa leitura!
Afinal, o que é startup?
Uma startup é uma empresa inovadora e que utiliza a tecnologia de forma intensa em seus projetos. Elas nascem como empreendimentos relativamente pequenos, mas são projetadas para crescerem rapidamente. Além disso, o negócio é repetível, o que significa que ele precisa ser capaz de entregar o mesmo produto ou serviço em uma escala ilimitada.
Um dos gurus desse modelo de negócio é Steve Blank, empresário do Vale do Silício na Califórnia. Segundo a definição dele, é preciso que a empresa seja escalável e replicável, o que significa que a empresa deve ter:
- capacidade de crescer rapidamente em receita;
- aumento de número de pessoas atendidas;
- crescimento da produtividade sem que os custos cresçam na mesma proporção.
As startups também costumam atuar em um cenário de incerteza, no qual a ideia principal do projeto pode não ser viabilizada. É por isso que é tão importante ter profissionais de alto nível envolvidos, para conseguir atrair investidores e continuar crescendo.
Esse investimento pode vir de duas formas principais: com a entrada de investidores-anjo, profissionais de sucesso que colocam dinheiro em negócios inovadores, ou por meio de organizações de acolhimento e suporte, como as incubadoras e aceleradoras de novos empreendimentos.
Enquanto uma incubadora ajuda a startup em fase inicial a estruturar o seu negócio, uma aceleradora consegue direcionar para o crescimento acelerado em direção à lucratividade. O processo seletivo para ingressar em programas de aceleração costuma ser mais concorrido.
Um ponto importante é que uma empresa que nasce como startup provavelmente não fará parte desse conceito para sempre. Afinal, esse tipo de empreendimento nasce pequeno, mas seus gestores estão focados no crescimento e na expansão das oportunidades.
Outra característica das startups bem-sucedidas é a capacidade de atrair dinheiro de investidores para se desenvolver. No entanto, nem todas elas conseguem: é preciso validar a sua ideia com um time capaz de executar o projeto apresentado.
Como abrir a sua própria startup?
Depois de entender o conceito, vamos mostrar as principais etapas para começar com o pé direito no universo das startups.
1. Tenha uma ideia inovadora
Todas as startups de sucesso têm algo em comum: a implementação de uma ideia inovadora. Nesse sentido, antes de tudo é preciso identificar uma lacuna no mercado, um problema a ser resolvido. A partir daí, é preciso desenvolver algo que realmente ajude o público-alvo.
2. Desenvolva um protótipo
Um protótipo é uma solução testável, utilizada pelos clientes em potencial. Caso o produto inicial tenha uma boa aceitação, a empresa pode evoluir para o desenho de um Mínimo Produto Viável (MVP).
Desenvolver um protótipo é um processo que deve ocorrer simultaneamente à pesquisa de mercado, que não pode parar na etapa da ideia. Afinal, se a empresa se mantiver muito focada nos próprios negócios, um concorrente pode sair na frente e lançando um produto similar.
Escolha um nome impactante
Além de colocar a sua ideia em prática, é importante criar uma marca que entre no radar dos seus clientes em potencial. Aprenda a construir um branding marcante para a sua empresa.
3. Valide hipóteses de mercado
Após testar versões iniciais do seu produto junto aos clientes em potencial, o empreendedor já terá uma boa noção da viabilidade comercial do seu projeto. A partir daí, será possível alinhar essa solução com a demanda do mercado e adaptar a aplicação com base no retorno dos primeiros usuários — além de reparar possíveis erros de desenvolvimento.
4. Busque parceiros de negócios
Você pode ser um gênio da programação e da tecnologia, mas é muito difícil tocar uma startup sozinho. Afinal, o objetivo é crescer rapidamente e se estabelecer no mercado. Portanto, com a ajuda de pessoas qualificadas, será mais fácil triunfar.
O ideal é ter ao menos um sócio para iniciar o projeto, com habilidades complementares às suas. À medida que o projeto for evoluindo, a startup poderá buscar novos colaboradores, para que os líderes se concentram exclusivamente nas atividades-fim.
5. Capte recursos
Buscar recursos externos é importante para que a startup continue progredindo. Nesse modelo de negócio, os investimentos são ainda mais valiosos porque a empresa geralmente trabalha com tecnologia e precisa de dinheiro para inovar.
Com um modelo validado e um protótipo em mãos, os empreendedores devem atrair investidores-anjo, fundos de investimento ou aceleradoras que ajudem o negócio a crescer rapidamente.
6. Faça um bom marketing
Além de ter um bom produto, é crucial que as pessoas saibam que ele existe. Por isso, é essencial que a empresa produza conteúdo online, utilize as suas redes sociais e outras formas de se comunicar diretamente com o público.
Criar vídeos também é uma maneira de “trazer” as pessoas para dentro da empresa. Muita gente tem curiosidade de saber um pouco mais sobre como produtos inovadores são desenvolvidos e como uma simples ideia evoluiu para uma solução completa.
Quais são alguns exemplos de sucesso?
Para motivar os nossos leitores, vamos citar apenas empresas brasileiras que conseguiram triunfar nesse modelo:
- Nubank;
- iFood;
- C6 Bank;
- Petlove;
- Neon;
- Gympass;
- QuintoAndar.
Todas essas empresas, nascidas como startups, cresceram com o uso intenso da tecnologia. No entanto, você pode notar que nem todas pertencem ao mesmo segmento: Nubank é uma fintech, o iFood é uma plataforma de venda de comida, o Gympass é uma rede de academias e o QuintoAndar atua no mercado imobiliário.
Nesse sentido, não são só as empresas que têm a produção de tecnologia como atividade-fim que conseguem evoluir. Esses exemplos de startups que deram muito certo combinaram ideias inovadoras, um corpo técnico de alto nível e o uso de ferramentas digitais.
Um detalhe interessante é que também existe um conceito conhecido como large company startup, que é utilizado para se referir a empresas já grandes que modernizam suas práticas, a exemplo de startups. Nesse contexto, até organizações robustas podem se reinventar.
Agora que você entendeu o que é startup e as etapas para criar a sua, já pode começar a tirar aquele projeto do papel. Busque parceiros com habilidades complementares, para que você tenha uma solução testável em menos tempo — e possa apresentá-la a investidores e aceleradoras, por exemplo.
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