Antes, os trabalhadores eram obrigados a se locomover até o local de trabalho. Quando o horário de expediente se encerrava, todo mundo se levantava em peso e ia para casa. Hoje, os dois cenários sofreram mudanças significativas.
Em primeiro lugar, hoje, nem todo mundo precisa sair de casa para trabalhar. Segundo, os horários não são mais tão uniformes assim para os colaboradores de uma mesma empresa. Outras alterações estão em andamento e prometem um futuro do trabalho bem mais amigável tanto para trabalhadores como para as organizações. Vamos conhecê-las!
Flexibilidade
Aquele modelo no qual tudo é concentrado na figura de um líder e de uma hierarquia rígida tem se tornado mais incomum com o passar do tempo. O poder está cada vez mais na mão das pessoas, que têm autonomia para propor ideias em um ambiente mais participativo.
Falaremos mais desse modelo adiante, mas a adoção maciça do home office na pandemia favoreceu a flexibilidade nas empresas, com muita gente trabalhando de casa e mantendo bons resultados.
Contudo, as empresas devem garantir a segurança, bem-estar e a oportunidade de desenvolvimento dos funcionários para que o modelo flexível faça mais sentido. É preciso que haja um acompanhamento das pessoas.
Trabalho híbrido
O trabalho híbrido é uma mistura dos modelos remoto e presencial. Uma pesquisa da consultoria McKinsey, com centenas de executivos do mundo todo, mostrou que essa modalidade veio para ficar, com nove em cada dez empresas garantindo que apostarão nessa mescla.
O mais importante é que o estudo também apontou que a produtividade e a satisfação do cliente aumentaram durante a pandemia, justamente o período no qual o trabalho híbrido se fortaleceu. Ou seja: os trabalhadores gostam, os consumidores também. Por que não manter?
Trabalho com um propósito
As empresas já descobriram que trabalhadores motivados rendem mais, vestem a camisa do negócio e entregam melhores resultados. Uma reportagem da revista Exame demonstra que profissionais que combinam o propósito com boas remunerações estão sendo cada vez mais valorizados.
Isso porque não basta apenas oferecer um salário alto: as pessoas, principalmente àquelas pertencentes às gerações Y e Z, estão buscando qualidade de vida, a realização pessoal e um bom relacionamento com as chefias, por exemplo.
Diversidade
Como mencionamos no tópico anterior, os profissionais estão cada vez mais focados na realização profissional — que não depende exclusivamente dos altos salários, mas do propósito e dos valores da empresa contratante.
Outros valores que também estão sendo priorizados são a diversidade, a equidade e a inclusão no ambiente de trabalho.
Nesse sentido, as pessoas buscam trabalhar em empresas que tenham valores similares aos seus. A reputação do negócio tem sido cada vez mais analisada, uma vez que os colaboradores não querem ser associados a organizações preconceituosas, pouco abertas às diferenças ou com métodos de trabalho engessados.
Basta dar uma olhada no LinkedIn para encontrar diversos exemplos de profissionais que elogiam os valores de uma determinada empresa e contam como encontraram um ambiente que combina com suas visões de mundo.
Mas, do mesmo modo, também é possível encontrar relatos de pessoas que se sentiram destratadas em certas empresas e que não a recomendam. Dependendo do alcance da mensagem, a reputação da organização sofrerá um duro baque.
Uso da tecnologia
Uma matéria da VocêRH utiliza uma afirmação interessante: “Toda empresa deve ser uma empresa de tecnologia”. Assim, os computadores, os dispositivos móveis e a internet deixam de ser meras ferramentas intermediárias, mas soluções imprescindíveis para qualquer negócio que queira se manter vivo.
Ultimamente, fala-se muito em transformação digital. O conceito marca a entrada definitiva das empresas no mundo virtual, independentemente do porte de cada uma delas. Caso o seu negócio queira ter bons resultados, a tecnologia tem que estar presente.
As empresas podem contar com uma série de soluções, de acordo com a sua necessidade. Há ferramentas de ciência e análise de dados digitais, como o Big Data e o Business Intelligence, softwares para centralizar informações, como os ERPs, e tecnologias que automatizam trabalhos repetitivos, como o Trello.
Portanto, cada negócio tem uma solução digital capaz de otimizar seus processos, independentemente do seu campo de atuação.
Lifelong learning
Primeiro cenário: uma faculdade, um MBA, talvez um mestrado. Segundo cenário: um curso técnico e muita experiência de mercado. Antigamente, um desses dois caminhos era o suficiente para a maioria das pessoas ter uma carreira de respeito.
Contudo, o que é valorizado atualmente é o lifelong learning: isto é, a educação continuada. Nesse modelo, as pessoas nunca param de aprender novas habilidades. O termo enfatiza que o estudo deve ser contínuo e os profissionais devem sempre se manter atualizados, com sede de conhecimento e acompanhando as tendências e mudanças do mercado.
A presença maciça da tecnologia em diferentes modelos de negócio tem tudo a ver com o lifelong learning, afinal, as soluções digitais nunca deixam de evoluir. Do mesmo modo, profissionais que queiram boas carreiras devem acompanhar as novidades.
Capacidade de autogestão
É interessante notar que todas as tendências se complementam — e isso explica como todas elas têm sido adotadas de forma simultânea. Nesse sentido, a capacidade de autogestão está diretamente relacionada à flexibilidade que mencionamos.
O trabalho remoto, cada vez mais presente, impulsiona outra tendência do futuro do trabalho: a autogestão. Trata-se da capacidade de gerenciar a si mesmo, de modo a entregar resultados mesmo sem a ingerência frequente de uma figura de chefia nas atividades.
Nesse contexto, saem de cena o ponto eletrônico e o horário comercial fixo (das 9h às 17h, por exemplo). As empresas confiam nos funcionários para desempenhar suas atividades, assim, proporcionam uma flexibilidade para que o expediente seja mais prazeroso para eles.
Contudo, os trabalhadores devem tomar cuidado, uma vez que a autogestão não é uma licença para não trabalhar. Os líderes ainda checarão os resultados e o desempenho individual, independentemente da forma como o colaborador tenha cumprido seu papel.
Foco na saúde mental
Até mesmo um ramo conhecido mundialmente pelo trabalho exaustivo, como é o caso da indústria dos games, tem repensado as suas práticas. As empresas têm acatado o conselho dos especialistas: é preciso cuidar da saúde mental no trabalho. Assim, enfermidades como a síndrome de burnout, o estresse, a ansiedade e a depressão estão recebendo a atenção que merecem.
Por isso, os cuidados com o bem-estar psicológico dos funcionários devem estar na agenda das lideranças. Só assim será possível melhorar a reputação da empresa entre os consumidores, reter talentos e assegurar os profissionais brilhantes que têm se apresentado no mercado de trabalho.
Todas essas tendências estão mudando a rotina profissional como conhecíamos até então e modelando o futuro do trabalho. Nele, as pessoas terão mais flexibilidade em seus horários, buscarão vagas que tenham a ver com seus propósitos e atuarão em ambientes bem mais diversos.
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