O aumento da participação das mulheres no empreendedorismo brasileiro é um fato. Contudo, embora elas já sejam a maioria da população do país, ainda há espaço e potencial para a presença de mais empresárias no mercado de trabalho.
Neste post, mostraremos alguns números e estudos que provam que o empreendedorismo feminino já está consolidado — e não para de crescer. Além disso, também falaremos das razões que explicam isso e o que precisa ser feito para que mais mulheres abram e participem de negócios. Boa leitura!
Números interessantes sobre o empreendedorismo feminino no Brasil
Uma pesquisa de 2023 do Sebrae, realizada com base em dados coletados pelo IBGE, mostra que o universo das mulheres empreendedoras alcançou uma marca histórica: no terceiro trimestre de 2022, por exemplo, havia aproximadamente 10,3 milhões de mulheres donas de negócios no Brasil.
Isso mostra que 34% do empreendedorismo brasileiro é composto por mulheres. Em alguns estados, como o Rio de Janeiro, esse número é ainda mais expressivo: 38% dos negócios são comandados por elas. Alagoas também tem seus exemplos de sucesso, com empreendedoras vencendo as adversidades para lucrar.
Além disso, ainda conforme os dados da pesquisa de 2023 do Sebrae, 91% das mulheres atuavam por conta própria — isto é, estavam à frente de um empreendimento sem empregados.
Já 67% dos negócios liderados por mulheres em Alagoas contam com um número que vai de um a cinco empregados. Nesse sentido, dá para ver que há espaço para diversos perfis de empreendedoras no estado e no país: tanto para quem está começando e pretende tocar tudo por conta própria como para quem quer empregar outras pessoas.
Outra constatação interessante: na região Sudeste, as mulheres donas de negócios levam vantagem sobre os homens: são 44% dos empreendimentos geridos por elas, contra 42% do total de homens. As atividades com predomínio das mulheres são as seguintes:
- beleza, como salões de beleza e tratamentos estéticos em geral;
- comércio de vestuário;
- serviços de buffet, refeições e serviços de comida preparada;
- venda de produtos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos;
- confecção sob medida;
- saúde, embora médicos e odontólogos homens ainda sejam a maioria nos respectivos setores;
- serviços pessoais;
- atividades de ensino;
- fabricação de produtos têxteis.
A pesquisa completa, que oferece diversos insights para as mulheres que já empreendem ou têm o sonho de iniciar um negócio, pode ser baixada aqui.
Principais motivos que levam as mulheres a empreender
Quais são os fatores que explicam o crescimento da participação das mulheres no mercado empreendedor? Vamos descobrir!
Desejo por autonomia
Além do desejo de ter um negócio próprio e ganhar o próprio dinheiro, o empreendedorismo também é uma oportunidade que muitas mulheres encontram para ter autonomia financeira e sair de relacionamentos abusivos e violentos, como aponta uma matéria da CNN.
Um negócio com liderança feminina também pode contratar outras mulheres, gerando uma rede de apoio para quem está precisando trabalhar.
O empreendedorismo também é uma opção para mulheres que enfrentam barreiras no mercado de trabalho tradicional, ainda amplamente dominado pelos homens. Assim, elas fogem de fatores como a discriminação salarial e a falta de oportunidades de crescimento.
Acesso à educação
A primeira universidade brasileira foi construída em 1808. Contudo, as mulheres só foram autorizadas a cursar o ensino superior em 1879, 52 anos após terem o acesso liberado à educação básica — também muito depois dos homens. Esse é um dos fatores que ajudam a explicar o porquê de o empreendedorismo feminino ainda ser minoria no país.
Hoje, as mulheres são maioria nas universidades brasileiras. As instituições estão cada vez mais formando mão de obra feminina qualificada para o mercado de trabalho. Além disso, a popularização de cursos e treinamentos ministrados na internet também ampliou as possibilidades de formação para as mulheres.
Reconhecimento do potencial econômico
O último Censo mostrou que as mulheres são 51,5% da população brasileira, mostrando um crescimento da proporção em relação aos levantamentos anteriores. Isso significa que elas já ultrapassaram os 100 milhões de habitantes — 104,5 milhões é o número mais exato.
Com toda essa participação na população brasileira, a influência do trabalho das empreendedoras no mercado também faz toda a diferença. É um enorme contingente de pessoas dispostas a produzir, gerar renda e conquistar a autonomia financeira.
Dessa forma, incentivar o empreendedorismo feminino equivale a promover o desenvolvimento econômico do país e a igualdade de gênero.
Maior representatividade feminina em posições de poder
O número crescente de mulheres em posições de liderança nas empresas tem diversos desdobramentos positivos, como a capacidade de inspirar o público feminino. Alguns destaques são Luiza Trajano (Magazine Luiza), Leila Pereira (Crefisa e presidente do Palmeiras) e Tarciana Paula Gomes Medeiros, presidente e CEO do Banco do Brasil.
Esses são alguns exemplos de mulheres poderosas, e também há exemplos de sucesso de empreendedorismo nas micro e pequenas empresas, como mostrou a pesquisa do Sebrae que citamos anteriormente.
Incentivos
Embora o Brasil ainda possa melhorar bastante quando o tema é programas de incentivo para as mulheres, já há algumas iniciativas interessantes. Um exemplo é o projeto Empreendedoras Tech, dedicado a micro e pequenas empresas lideradas por mulheres na área de tecnologia.
Outro marco importante foi o decreto que instituiu a Estratégia Nacional de Empreendedorismo Feminino, em 2023. Essa nova política tem como objetivo apoiar justamente as mulheres que desejam investir nos seus próprios negócios. A iniciativa promove capacitação, oportunidades, créditos especiais, apoio jurídico, entre outros estímulos.
Em 2022, a Caixa e o Sebrae se uniram para criar um estímulo às mulheres. O programa Caixa Pra Elas Empreendedoras oferece capacitação, educação financeira e créditos especiais para esse público.
Pelos números que vimos neste artigo, deu para entender que incentivar a participação das mulheres no mercado de trabalho é, também, estimular o crescimento do empreendedorismo no país. Por isso, as iniciativas, tanto públicas como privadas, são valiosas para a valorização do comércio no Brasil.
Setores de inovação e tecnologia, que cresceram muito nos últimos anos, podem aproveitar o enorme número de mulheres no país para expandir ainda mais as oportunidades.
Como você viu neste artigo, o crescimento do número de mulheres ativas no empreendedorismo no Brasil tem crescido muito nas últimas décadas. No entanto, ainda há problemas a serem resolvidos, como a equiparação salarial, a chegada aos cargos de poder e a participação em setores lucrativos, como o de tecnologia.
Aproveite a visita para conhecer o projeto Sebrae Delas e o prêmio Sebrae Mulher de Negócios!