Cada vez mais, torna-se notória uma crescente preocupação com o meio ambiente no qual vivemos e, em paralelo, a ideia já ultrapassada de que a sustentabilidade é onerosa e não traz retornos financeiros significativos para as empresas tem sido deixada para trás. Diante desse cenário de transformações, uma abordagem corporativa que visa aliar o zelo com o ecossistema e com a responsabilidade social e, claro, o sucesso financeiro vem ganhando espaço: o empreendedorismo sustentável.
No entanto, é fundamental pontuar que a concepção não se limita a um compromisso firmado e que visa a manter o equilíbrio entre os aspectos ambientais e sociais no universo empresarial.
Na verdade, quando falamos de empreendedorismo sustentável, vamos mais além, englobando também a melhoria da imagem institucional, a elevação dos níveis de eficiência produtiva e a diminuição dos custos relativos à operação — para citar alguns exemplos. Então, considerando a relevância da temática, nos próximos tópicos, vamos detalhar o empreendedorismo social, explicando o que está por trás do conceito, elencar razões para colocá-lo em prática e, inclusive, orientá-lo sobre como fazê-lo. Boa leitura!
O que é empreendedorismo social e o que está por trás desse conceito?
Inicialmente, podemos definir o empreendedorismo social como o ato de empreender que não visa estritamente a produção e, consequentemente, a lucratividade, preservando um olhar genuinamente atento aos impactos sociais e ambientais gerados pelas atividades empresariais. Ou seja, via de regra, nesse formato empresarial, naturalmente, os ganhos financeiros são, sim, relevantes, mas devem estar em conformidade com o compromisso firmado com o meio ambiente e com a sociedade.
Portanto, a ideia por trás do empreendedorismo social envolve trabalhar com soluções sustentáveis, unindo a geração de lucros e a atenção aos reflexos provocados pelas atividades do negócio. Inclusive, a sua característica mais marcante é o gerenciamento humanizado, que leva em conta as consequências dos seus produtos e serviços para o mundo como um pilar fundamental.
Aliás, aproveitando o gancho, para facilitar a compreensão do empreendedorismo social, é interessante imaginá-lo como um fator que é composto por três camadas, de maneira que cada uma delas equivale a um dos três pilares da sustentabilidade:
- ambiental;
- social;
- econômico.
O pilar ambiental
A camada ambiental é representativa do compromisso estabelecido por parte da companhia em relação à preservação do ecossistema. Em outras palavras, falamos, por exemplo, da utilização consciente dos recursos naturais por parte do empreendimento e da diminuição — tanto quanto viável — das emissões de gases de efeito estufa.
O pilar social
A segunda camada; o pilar social; faz referência aos reflexos positivos que a organização pode gerar na sociedade, seja por meio da criação de oportunidades profissionais, seja a partir da promoção da inclusão e da diversidade, seja por meio do apoio oferecido às causas sociais.
O pilar econômico
O pilar econômico diz respeito à viabilidade financeira empresarial. Ou seja, trata-se da sua capacidade de gerar lucro e, como consequência, de se manter operante no mercado.
Por quais razões vale a pena colocar o empreendedorismo sustentável em prática?
Atualmente, o empreendedorismo sustentável se tornou muito mais (mesmo!) do que uma mera tendência mercadológica. Hoje em dia, a adoção do modelo vem se revelando essencial para os gestores empresariais que almejam conduzir corporações verdadeiramente bem-sucedidas a longo prazo.
Afinal, é indiscutível que o mundo como conhecemos hoje está passando por inúmeras mudanças em um ritmo altamente acelerado, tanto sob a ótica ambiental quanto sob a perspectiva social. Diante desse cenário, é imperativo que as companhias se preocupem em adotar, ainda que gradativamente, iniciativas que causarão impacto positivo nesses contextos.
Além disso, há que se falar que as corporações que investem em um empreendedorismo sustentável também tendem a ganhar um grande destaque perante o mercado e o seu público-alvo, que, cada vez mais, tem priorizado empreendimentos ambientalmente conscientes. Ou seja, colocar o empreendedorismo social em prática é também dar os primeiros passos em prol da construção de uma marca forte de verdade e apta a atrair potenciais clientes preocupados com as questões socioambientais.
E as vantagens vão além, incluindo:
- o aumento da atração de talentos — haja vista que os empreendimentos que adotam diretrizes sustentáveis tendem a atrair profissionais mais engajados e qualificados, que dão valor a empresas que demonstram ter uma preocupação real com os fatores ambientais e sociais;
- a melhoria da reputação institucional — já que o empreendedorismo social também tem o potencial de melhorar a reputação da companhia diante do mercado e dos consumidores, fortalecendo exponencialmente a marca;
- elevação da eficiência — como dito, a implementação de práticas sustentáveis, geralmente, aumenta a eficiência dos processos de produção, também diminuindo os desperdícios e trazendo mais qualidade para as soluções comercializadas;
- diminuição dos custos — com a redução do consumo exagerado dos recursos encontrados na natureza, os negócios, consequentemente, conseguem diminuir os gastos relacionados às operações e à produção.
Como colocá-lo em ação na empresa?
Diante de tudo que vimos até aqui, podemos afirmar que o empreendedorismo sustentável é um modelo de negócio menos “individualista” e, claro, mais benéfico para a sociedade como um todo. A grande questão, porém, é que, embora o discurso por trás do conceito seja cativante, aplicá-lo demanda ação.
Então, para ajudá-lo a não se limitar a “promessas vazias”, a seguir, vamos listar algumas iniciativas que farão toda a diferença, ajudando-o a efetivamente ser um empreendedor sustentável:
- determine a sua missão — ao fundar (ou até ao remodelar) um empreendimento, é imprescindível traçar os seus objetivos, traduzidos na missão, nos valores e na visão, a partir de uma profunda reflexão acerca do papel do negócio na sociedade ao entorno e do modo como a corporação deseja ser reconhecida;
- estude a fundo as atividades empresariais — o caminho rumo à responsabilidade socioambiental perpassa por uma análise acurada do funcionamento organizacional, inclusive com o intuito de reconhecer aspectos que requerem melhoria, seja conversando com os responsáveis por cada departamento, seja revendo os processos já enraizados no dia a dia empresarial, seja contabilizando os desperdícios que o negócio produz cotidianamente e pensando em medidas de redução, seja considerando a origem dos insumos que são utilizados na empresa, etc.;
- dê preferência à formação de equipes diversas — times nos quais a diversidade se faz presente tendem a ser mais criativos e mais produtivos, o que é naturalmente vantajoso para a empresa, além de ser igualmente benéfico para a sociedade, já que oportunidades profissionais se tornam acessíveis a talentos de distintas etnias, orientações sexuais, gêneros, etc.
O universo corporativo envolve uma infinidade de possibilidades, mas, como vimos, uma delas vem ganhando uma notoriedade expressiva, conquistando cada vez mais espaço entre os consumidores e as marcas: o empreendedorismo sustentável. Aliando a geração de lucros e a implementação de iniciativas de cunho socioambiental, o formato já não é mais visto como uma mera tendência e passou a ser, praticamente, uma “obrigatoriedade” para os empreendedores que visam a manter o seu espaço no mercado e, claro, progredir.
E você? Já conhecia o empreendedorismo sustentável e a ideia por trás do formato que vem ganhando cada vez mais espaço na sociedade como um todo? Tem alguma dúvida acerca do modelo que está se popularizando ou gostaria de contribuir para enriquecer este post? Deixe um comentário!